60 anos de Rali: O Rali nos anos 1970

Lido

60 anos de Rali: O Rali nos anos 1970

No começo da década de setenta, os cabelos ficavam maiores na proporção em que os Porsche 911 eram cada vez mais cobiçados pela população pois o modelo dominou o primeiro quarto do decénio. Uma das máquinas saídas de Zuffenhausen já detinha mesmo o cognome de Bomba Verde e ao seu volante estava o inevitável Américo Nunes que, além de ganhar o rali tanto em 1970 como em 1977, ainda conseguiu ser segundo em 1972 e 1971, precisamente atrás doutro Porsche, o de Giovanni Salvi.

1974 foi ano de crise energética quando a OPEP decidiu reduzir drasticamente a extracção do “ouro negro”. Em ano também de mudanças políticas drásticas em Portugal, a competição automóvel esteve proibida no nosso país e a Volta à Madeira em Automóvel não se realizou.

Até essa altura, no entanto, o palmarés já havia voltado a democratizar-se pois em 1972 e 1973 haviam ganho os Fiat 125 S e Opel 1904 S de Luis Neto e Gomes Pereira. Carros simples, relativamente rápidos mas decididamente robustos para enfrentar as agruras que a velocidade média imposta determinava. No ano que se seguiu à Revolução dos Cravos, a vitória coube novamente a um madeirense. João Clemente “Janica” Aguiar e o seu Ford Escort eram os ídolos dos “aceleras” da Dinky Toys.

Já com os anos 80 à espreita, quis levar-se a prova ao cobiçado Campeonato da Europa. Para promover o evento veio até à Madeira uma jovem esperança finlandesa chamada Ari Vatanen. Nome que, posteriormente, seria um dos sinónimos de rali, como o puderam perspetivar todos os que assistiram às suas longas atravessadelas a acenar ao público com o braço de fora do Ford Escort RS com que venceu em 1978. A alegria dos fervorosos adeptos locais só voltou a ter par com a confirmação da entrada no “Europeu”.

A década terminou com o triunfo do italiano Tony que embasbacou miúdos e graúdos com o Lancia Stratos, qual objeto voador não identificado a rasar as estradas da ilha. Debruçados das suas tendas na obrigatória romaria campista da época às nossas serras, os espetadores não resistiram ao apelo do carro com um motor Ferrari Dino nem ao ímpeto de Adartico Vudafieri com o menos elegante mas valoroso Fiat 131 Abarth.