Era meio-dia em ponto quando quem esperava pelo ferry no Porto do Funchal conseguiu avistar, pela primeira vez, o navio que trouxe, hoje, as últimas viaturas, vindas de fora da Região, que irão participar no Rali Vinho da Madeira. E foram muitos, e de todas as idades, os que, debaixo de um sol forte, aguardaram até ao fim para ver os ‘carros de rali’ que os fazem tirar férias para ir para a estrada e apoiar os pilotos preferidos.

Carlos Freitas, do Funchal, foi um desses casos. “Todos os anos tiro férias para acompanhar o rali, é sagrado, esteja onde estiver, nunca trabalho”, confessou, no cimo da Pontinha e de olhos postos no mar.

“Apaixonado pelo desporto automóvel”, já na segunda-feira tinha ido ao Caniçal fotografar outras viaturas que chegaram para participar nesta 59ª edição. “Aliás, desde julho que às quartas-feiras estou cá”, acrescentou.

Como hoje teve uma folga de manhã, António Rodrigues foi também até ao Porto do Funchal acompanhar o desembarque das últimas viaturas vindas de fora. “Ainda sou do tempo em que as viaturas vinham muito para aqui, para esta zona do Porto do Funchal”, recordou, com saudade. A mesma opinião tem Duarte Bettencourt, um verdadeiro aficionado do desporto automóvel. “Eu vejo todos os ralis que se disputam aqui na Madeira, sempre que há um, eu acompanho”, garantiu.

No meio destas recordações, foi tempo de interromper a conversa, olhar para o mar e esperar que o ferry descarregasse as viaturas. Mal as portas começaram a abrir, todos os olhares se concentraram nessas mesmas portas de saída de viaturas do Volcan de Tijarafe para dar as boas-vindas a quem nos visita. A tradição ainda é a de sempre, bem como a paixão dos madeirenses pelo desporto automóvel. E que comece o Rali!