Curiosidades do Rali: Peugeot é a marca mais representada

A Peugeot é a marca mais representada na próxima edição do Rali Vinho da Madeira. Muito por força da presença da Peugeot Rally Cup Ibérica, a casa do leão é utilizada por bem mais de um quarto da caravana. No parque de partida, frente à Câmara Municipal do Funchal, deverão estar 20 208 Rally4, 2 208 R2, 2 306 S16/GTI e 1 208 T16 R5. Também francesa, a Citroën tem a segunda maior representação, equipando 11 concorrentes. Da lista de inscritos constam 3 C3 Rally2, 3 C2 R2, 2 Saxo, 1 Saxo Kit-Car, 1 AX e 1 DS3 R1. Duas marcas serão defendidas por 8 equipas. Skoda, com 6 Fabia Rally2 Evo, 1 Fabia RS Rally2 e 1 Fabia R5, e Toyota, com 6 Yaris, 1 Yaris Proto e 1 Starlet, estão nessa situação. Seguem-se a Ford, 2 Fiesta Rally2, 2 Fiesta R2T, 1 Fiesta R5, 1 Fiesta Rally4 e 1 Escort Mk II, e a Renault, 3 Clio R3T, 2 Clio Rally4, 1 Clio Rally5 e 1 Clio RS, disporão de 7 unidades. Os Hyundai, i20N Rally2, e Porsche, 3 991 GT3 e 1 997 GT3, serão 4. O logotipo da Mitsubishi estará em 3 viaturas e presença solitária têm VW, Alpine e Fiat.

As classificativas do Rali: Palheiro Ferreiro

por Pedro Calado, copiloto   “Classificativa clássica e muito difícil, pela sua extensão, dificuldade e concentração que exige. Parte inicial, do Palheiro Ferreiro até ao Terreiro da Luta, em zona de muita condução, rápida e muito técnica ao longo de cerca de 7 km. Passamos ainda pela zona espetáculo da Choupana com um lindo (e matreiro) salto, seguindo-se a subida da Ribeira das Cales até ao Portão Sul do Chão da Lagoa. A partir daí, entramos no planalto onde toda a atenção, é pouca, sobretudo se estiver nevoeiro ou com chuviscos. Muita condução, ágil e concentração absoluta. Após a saída do Portão Norte até ao Poiso, com rápidas descidas, seguindo-se o sempre espetacular cruzamento do Poiso, onde temos a companhia de muito público. Até ao final temos apenas cerca de 500 metros. As condições climatéricas são muito incertas e o nevoeiro pode ajudar a baralhar os tempos. Piso bom na quase totalidade do troço. Atenção apenas na zona do Chão da Lagoa, com o empedrado e algumas lombas matreiras”.

Três concorrentes do Rali em Roma

Este fim de semana disputou-se o Rally di Roma Capital, sexta prova do ERC, e no asfalto italiano estiveram três das equipas que, no final desta semana, estarão a participar no Rali Vinho da Madeira. A prova foi ganha por Andrea Crugnola com um Citroën C3 Rally2 e na segunda posição ficou Giandomenico Basso, na ocasião ao volante de um Skoda Fabia RS Rally2. O piloto italiano esteve sempre em luta pela definição dos lugares do pódio e, durante a primeira etapa, num animado duelo com Yoann Bonato. A partir do momento em que o francês furou, Basso ficou numa posição confortável no segundo posto mas não foi por isso que baixou o ritmo, terminando a pouco mais de 20 segundos do vencedor. Também italiano, Simone Campedelli não arrancou bem mas rapidamente recuperou posições e parecia ter lugar garantido no lote dos cinco primeiros classificados. No entanto, o piloto do Skoda Fabia Raly2 Evo seria mais um dos que furaram e caiu muitos lugares, concluindo o evento no 12º posto. O madeirense Miguel Caires também esteve presente, utilizando um Skoda Fabia Rally2 Evo. Naquela que foi a sua estreia numa prova deste campeonato, rodou entre os 30º e 40º mais rápidos em classificativa até furar, rodar muito tempo sobre um jante, e ser forçado a desistir. Regressou na segunda etapa em super-rali, voltou ao nível do que tinha rodado nos quilómetros iniciais e cortou a meta na 68ª posição.

As classificativas do Rali: Campo de Golfe

por Pedro Calado, copiloto   “Esta classificativa começa na reta do Clube de Golfe, em zona muito rápida, com algumas lombas feitas a fundo, sobretudo até chegar à curva do Hotel do Santo. A partir daí, descemos até á zona da Fonte de Santo António, com zonas muito técnicas e estreitas, que obriga a cuidados redobrados, sobretudo se estiver húmido. A estrada da Ribeira de Machico até à Portela e daí até à Serragem (Santo), passando pelo sempre espetacular “caracol” da Portela, com muita condução e zonas encadeadas que obriga a conhecer bem o troço. Bom asfalto e bermas limpas. O clima e o nevoeiro podem ajudar a “baralhar” as escolhas de pneus, podendo ser determinantes nesta fase da prova. Este ano fazemos a classificativa de manhã e à tarde.”.

Vencer o Rali

Giandomenico Basso está de volta ao Rali Vinho da Madeira com um Skoda Fabia Rally2 Evo. O italiano revela-se “contente de regressar a esta ilha à qual tenho uma grande ligação, onde tenho tantos amigos e conto com tantos fãs adentro dos muitos adeptos apaixonados. A me acompanhar estará o Lorenzo Granai e, precisamente neste rali, estaremos a comemorar 10 anos que fazemos equipa. Nessa ocasião vencemos. Há tantos anos que não vou à Madeira e isso exigirá muito trabalho de preparação, apesar da proximidade do Rally di Roma Capitale. Quanto a objetivos, tenho os mesmos de sempre, vencer o rali. Não será fácil pois existem muitos pilotos fortes para além, como é óbvio, dos locais. Vai ser divertido voltar a lutar com o Kris Meeke, alguém com quem disputei muitos ralis e que estimo muito mas com quem não luto há muito tempo. Esta edição tem algumas coisas novas mas, na generalidade, conheço as classificativas. Procurarei estudar bastante e prometemos dar, com a Delta Rally, o nosso melhor”. Vencedor do Rali Vinho da Madeira por quatro vezes, em 2006, 207, 2009 e 2013, Basso tem 49 anos de idade e a sua estreia nos ralis deu-se em 1994 com um Opel Astra GSi. Entre 1995 e 2010 só usou Fiat mas desde então já guiou para a Proton, Hyundai e Skoda, com passagem por alguns modelos da Peugeot e Ford. Foi campeão europeu em 2006 e 2009, venceu o Intercontinental Rally Challenge em 2006 e o Tour European Rally em 2017 e 2018, e obteve os títulos absolutos do seu país em 2007, 2016, 2019 e 2021.

Mensagem do presidente do Club Sports da Madeira e da Comissão Organizadora do RVM 2023

É com uma incontida satisfação e um enorme prazer que lhes endereço, em nome do centenário Club Sports da Madeira, uma calorosa saudação de boas-vindas à Madeira e à “ festa do Rali Vinho da Madeira” , o evento desportivo internacional que mais promove o destino turístico Madeira e o seu secular e afamado produto de exportação. É a mais antiga prova automobilística de ralis, em Portugal, porque, bastará recordar as primeiras “ Voltas à Ilha” para nos apercebermos como sempre foi vivido e acarinhado por todos os madeirenses que, duma forma muito própria, se posicionavam nas suas estreitas e sinuosas estradas para acompanharem de perto, os desafios que eram lançados a pilotos e suas viaturas, para vencerem a difícil orografia e microclima da Ilha. Este entusiasmo com que as sucessivas gerações de madeirenses recebem o Rali Vinho da Madeira mantem-se e renova-se, anualmente, o que obriga a comissão organizadora a manter sempre uma elevada ambição de forma a corresponder às expectativas dos nossos adeptos e continuar a afirmar todo o seu historial e prestígio, no contexto do desporto automóvel nacional e internacional. Não há outro evento desportivo que combine na perfeição, a promoção exterior da Região e a dinamização da sua atividade económica interna. Bastará referir o contributo para a economia, medido não só pelo seu retorno mediático gerado, mais de 12,7 milhões de euros de AVE (Advertising  Value Equivalency ), pelas receitas geradas diretamente em estadias e alimentação, por todos os concorrentes respetivas equipas e acompanhantes, para além dos impostos indirectos sobre o consumo e da contratualização de empresas prestadoras de fornecimentos com sede fiscal na Região. Urge fazer um estudo sobre o forte impacto, que o Evento tem na economia da Madeira, mas não restam dúvidas que numa análise da relação custo / benefício, o Rali Vinho da Madeira é sustentável economicamente e um contributo positivo para as receitas regionais e municipais. Em termos desportivos, o Rali Vinho da Madeira 2023, pontua para o Troféu da Europa de Ralis FIA, para os Campeonatos de Portugal e Coral da Madeira de Ralis e, este ano, para o Troféu Peugeot Rally Cup Ibérica, uma competição monomarca que trará à Madeira, cerca de 14 concorrentes a que se juntarão quatro equipas madeirenses, no que será “ um outro rali” dentro desta edição da prova. A comprovar o prestígio e a imagem internacional do nosso rali, bastará percorrer a lista de inscritos, não só pelo elevado número de inscritos numa prova insular, que a todos surpreendeu, como também pela qualidade e pelo facto, de termos vários pilotos que são ex-vencedores do rali Vinho da madeira o que, desde logo, será determinante para termos muita competitividade nas estradas da região.

As classificativas do Rali: Cidade do Funchal

por Pedro Calado, copiloto   “Classificativa-espetáculo bem no centro da Cidade do Funchal, a decorrer ao final da tarde de quinta-feira. A cerimónia de partida na Av. Do Mar – Praça do Povo, atrairá muita gente para viver de perto toda a emoção da prova. Inicia-se a prova espetáculo em zona descendente perto dos Bombeiros Sapadores do Funchal, entrando no túnel de acesso à Rotunda Francisco Sá Carneiro, com uma rotunda espetacular e termina à frente da Marina do Funchal, na faixa norte. Toda a classificativa é muito rápida e com zonas espetáculo e de chicanes. Naturalmente acorrem milhares de pessoas, dando muita alegria a todas as equipas e vida à Cidade. Muito rápida e técnica, para ser feita com atenção. Tratando-se de uma classificativa citadina, com chicanes e de apenas 2,18 km, “nada se perde”, mas muito se pode “comprometer”. Muito bonito para o público em geral, sobretudo na nova zona da Praça do Povo. Um bom começo para os dois dias de prova seguintes”.

Vai ser como começar de novo

Kris Meeke volta, após 13 anos e com um Hyundai i20N Rally2, ao Rali Vinho da Madeira “com mais cabelos brancos, mas lembro-me das dificuldades da minha estreia, em 2009, sobretudo para antecipar, nos reconhecimentos, a velocidade em que passaríamos em prova. Em 2010 já estive melhor mas desisti, perto do final, com problemas mecânicos. É um lugar muito bonito, um rali de asfalto muito tradicional. Talvez ainda mais difícil que a Córsega porque a estrada é mais larga e não conseguimos ter notas tão precisas. O objetivo para este ano é um bocado limitado pois tenho uma vaga ideia da prova e não me lembro dos aspetos técnicos. Vai ser como começar de novo. Os concorrentes portugueses conhecem bem a prova, os madeirenses estão muito familiarizados com o traçado. Será quase missão impossível os bater. Vou lutar a pensar no campeonato português. Vamos ver. Vou tentar fazer o meu melhor pois gosto bastante da ilha”. Com 44 anos de idade, Kris Meeke começou nos ralis no ano 2000 com um Peugeot 106 GTi. Foi campeão britânico júnior em 2002 com um Ford Puma S1600 e em 2003 com Opel Corsa S1600. A sua velocidade e estilo de condução levaram a que fosse apadrinhado por Colin McRae. Representou marcas como a Peugeot, no quadro do IRC, e Mini, Citroën e Toyota no WRC mas o seu único título absoluto foi o alcançado em 2009 no Intercontinental Rally Challenge. Tem trabalhado no desenvolvimento de vários modelos de competição. Em 2023 substituiu o malogrado Craig Breen na equipa da Hyundai Portugal e é quinto no CPR depois de ter vencido em duas das suas três participações.

Rali Vinho da Madeira acolhe visitantes

O Rali Vinho da Madeira, em parceria com a ANA, tem dado as boas vindas aos passageiros que chegam ao Aeroporto Cristiano Ronaldo com uma instalação que informa a realização da 64ª edição da prova no final desta semana. Em exposição está o Ford Escort RS Cosworth com o chassis nº 12, o primeiro a correr mundialmente nesta configuração, no Rali Sopete de 1993. Esta viatura pertence a Rui Conceição, piloto que alcançou os títulos regionais de ralis entre 1994 e 1996, e é semelhante àquelas que venceram o Rali Vinho da Madeira em 1993 e 1996 através do belga Patrick Snijers e do português Fernando Peres, respetivamente. Respeitando as especificações da altura, ainda compete com o seu proprietário ao volante.

Um lugar no pódio

Bernardo Sousa regressa com um Citroën C3 Rally2 ao Rali Vinho da Madeira, “uma prova em que espero ter um resultado em crescendo, de acordo com os últimos registos. Em 2023 as dificuldades aumentam pois a concorrência é maior e muito forte. No entanto, dadas as minhas últimas participações no evento, estarei mais confortável porque tenho um melhor conhecimento da prova. O nosso objetivo principal é estar entre os três primeiros do Campeonato de Portugal de Ralis, algo que, face ao que temos mostrado nas últimas provas, está ao nosso alcance. Gostaria também de subir ao pódio absoluto. Na Madeira contam sempre bastante as condições climatéricas e uma classificativa e algum piso novo diminuem a vantagem que os pilotos do campeonato local têm. Este é o meu primeiro RVM com o José Janela como navegador e possivelmente vou ter que utilizar notas novas. Psicologicamente, esta é a minha prova “de casa” mas na realidade é aquela, do campeonato nacional, em que tenho menos participações”. Com 36 anos de idade, Sousa fez a sua estreia em ralis em 2005 com um Ford Escort RS MkII. A sua primeira temporada em pleno foi em 2006 com um Peugeot 206 S1600. Passou então para um Mitsubishi Lancer Evo IX e foi com essa viatura que esteve pela primeira vez no PWRC em 2008. Manteve-se nesse campeonato até 2011, primeiro com um Fiat Punto S2000 e depois com Ford Fiesta S2000. Foi com este último modelo que foi campeão nacional em 2010. É sexto no Campeonato de Portugal de Ralis.

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