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Lendas do RVM: Fabrizio Tabaton

Na segunda metade da década de 1980 e começo da seguinte, o nome de Fabrizio Tabaton era um dos sinónimos de Rali Vinho da Madeira. O piloto venceu no seu ano de estreia, 1986 com o Lancia Delta S4, e ainda seria o primeiro em 1990 e 1991, então com um Lancia Delta HF Integrale. Subiu ao pódio também em 1989 quando foi segundo atrás de Yves Loubet. A sua condução não era espetacular mas o italiano mostrou-se sempre muito eficiente nas estradas da ilha. Fabrizio Tabaton nasceu em 1955, filho de outro piloto, Luigi Tabaton, que era proprietário da escuderia Grifone, que sempre representou. Iniciou-se nos ralis  com um Lancia Fulvia em 1974 e em 1976 passou a dispor de um Lancia Satros, viatura que manteve até 1982. Pelo meio conduziu um Autobianchi A112 Abarth, modelo com que ganhou o respetivo troféu em 1978. Tripulou durante grande parte da sua carreira viaturas do grupo Fiat como o Fiat Ritmo, o Fiat 131 Abarth ou o Lancia 037 e no começo do milénio esteve ligado à Toyota. Foi campeão italiano em 1987 e europeu em 1986 e 1988.

Dar o nosso melhor

Miguel Nunes arranca para o Rali Vinho da Madeira com a determinação de “dar o nosso melhor. Na Calheta obtivemos um bom resultado mas temos vindo a trabalhar e a melhorar de forma a estarmos ainda mais fortes. É muito difícil apontar um resultado final como objetivo pois a concorrência é muito forte mas queremos estar na luta pelas primeiras posições. Não partimos com qualquer tipo de pressão e dispomos de um bom carro, no qual verificaremos se os pequenos ajustes que fizemos resultaram”. Hoje com 39 anos de idade, Miguel Nunes iniciou-se nos ralis com um Citroën C2 em 2005. Ano e meio depois passou a utilizar um Peugeot 206 S1600 e em 2009 um Peugeot 207 S2000. Entre 2011 e 2014 esteve aos comandos de um Mitsubishi Lancer Evo X e de 2015 a 2017 participou esporadicamente em ralis com um Ford Fiesta R5. Nos dois últimos anos conduziu um Citroën DS3 R5 e um Hyundai i20 R5 e esta temporada dispõe de um Skoda Fabia R5 Evo. Miguel Nunes obteve três títulos regionais absolutos, em 2010, 2012 e 2014.

Lendas do RVM: Porsche 911 SC

Depois de dominar no final da década de 1980, a Porsche esteve em alta no Rali Vinho da Madeira no começo dos anos 1980. O modelo utilizado nessa fase era o Porsche 911 SC, uma evolução notória do primeiro modelo. As linhas intemporais do carro germânico e o som inconfundível do motor de 6 cilindros horizontais opostos não deixavam nenhum espetador indiferente. Na prova madeirense, o 911 SC subiu duas vezes ao pódio com o belga Patrick Snijers e conseguiu a vitória em 1984 com Henri Toivonen. Homologado em 1982, o Porsche 911 SC ostentava na traseira um vistoso aileron e dispunha de uma carroçaria alargada que permitia a existência de vias mais largas. O motor, sempre montado na traseira da viatura, era agora de 2.994 cc e debitava pouco mais de 300 cavalos para os 990 kg do carro em grupo 4 e, depois, 1.160 em grupo B. Numa fase em que existiam carros muito mais eficientes, o Porsche 911 SC não conseguiu obter nenhum título importante nos ralis.

Lendas do RVM: Carlos Sainz

Carlos Sainz não venceu o Rali Vinho da Madeira quando esteve presente na ilha mas a sua condução jamais foi esquecida pelos madeirenses. O piloto espanhol participou na edição de 1986 com um Renault 5 Turbo Maxi e foi o único a bater em algumas ocasiões o futuro vencedor do evento, o italiano Fabrizio Tabaton num Lancia Delta S4. Sainz entusiasmou todo o público com o seu desempenho numa viatura de tração traseira mas viria a desistir, sensivelmente a meio da prova, devido a um princípio de incêndio na viatura com as cores da filial espanhola da Renault. Hoje com 58 anos de idade, Carlos Sainz iniciou-se no automobilismo em provas de velocidade e só em 1980 deu os seus primeiros passos nos ralis. A Madeira figurou nas primeiras internacionalizações do piloto de Madrid que, também em Portugal mas em 1987, começou a impressionar no WRC. Passou depois por inúmeras marcas e muitos modelos de viatura até deixar os ralis em 2005. Pelo caminho, foi campeão mundial em 1990 e 1992 e já havia sido campeão de Espanha em 1987 e 1988. Atualmente é consultor de vários construtores no desenvolvimento de novos modelos de competição.

Estou otimista

Armindo Araújo participa nesta edição do Rali Vinho da Madeira, “acima de tudo, a pensar numa boa operação para o Campeonato de Portugal de Ralis, que lidero. Gostaria também de tentar lutar por m lugar no pódio absoluto mas teremos muitas dificuldades devido à rapidez dos pilotos locais. Apesar disso, vamos tentar o melhor resultado final à geral possível. Na Calheta vinha imprimindo um bom ritmo e liderava entre os pilotos nacionais. Isso mostrou que dispomos de uma boa afinação e que a Racing Factory está a fazer um bom trabalho. Estou muito motivado e otimista”. Armindo Araújo tem 42 anos de idade e a sua estreia nos ralis aconteceu em 2000 com um Citroën Saxo. Em 2002 passou a defender as cores da marca francesa com um Saxo Kit-Car e em 2005 mudou para a Mitsubishi, correndo primeiro com o Lancer Evo VIII MR e depois com o Lancer Evo IX. Em 2011 e 2012 militou no campeonato mundial com um Mini JCW WRC. Abandonou a competição nessa altura e regressou em 2018 com um Hyundai i20 R5. Esta temporada tripula um Skoda Fabia R5 Evo. Araújo foi cinco vezes campeão nacional absoluto, campeão mundial de Produção em 2010 e campeão português da Promoção em 2000.

Lendas do RVM: Peugeot 306 Maxi

Foi um dos carros mais eficazes em asfalto e levou mesmo a que os Kit-Car fossem banidos das competições internacionais pois batia os bem mais onerosos WRC. O Peugeot 306 Maxi emitia um som fabuloso do seu motor atmosférico a atingir altas rotações e levou a que muitos o considerassem o melhor carros de ralis de sempre em asfalto. Exatamente por isso foi utilizado por vários pilotos madeirenses e também se destacou no Rali Vinho da Madeira pelas mãos de Adruzilo Lopes. Foi, no entanto, com Vítor Sá que, em 2004, obteve a sua única vitória no evento. Desenvolvido pela Peugeot Sport em colaboração com a Pipo, o 306 Maxi surgiu em 1995 como uma evolução do 306 S16 com uma carroçaria alargada a pensar na competição. Tinha cerca de 4 metros de comprimento para uma largura de 1,84 metros e um peso de 960 kg. O seu motor de quatro cilindros em linha com 1.998 cc debitava 280 cavalos às 8.700 rpm mas na segunda evolução, apresentada em 1997, a potência ainda aumentaria 20 cavalos. Ainda hoje é um carro venerado internacionalmente  pelos fãs dos ralis.

Estou motivado

Adruzilo Lopes regressa ao Rali Vinho da Madeira, prova que venceu em 2001, com um Peugeot 208 R2. O piloto encontra-se “motivado. Desde 2010 que não conduzia uma viatura de tração dianteira. Realizei um pequeno teste e fiquei contente com o carro. Estou animado. Vou rodar mais alguns quilómetros na Madeira antes da prova até porque, depois da terra, vou descobrir os pneus Kuhmo no asfalto, piso em que espero sejam também uma boa aposta. Como objetivo desportivo, espero conseguir o melhor resultado possível adentro dos utilizadores de carros de duas rodas motrizes e tentar ser os melhores entre aqueles que dispõem de R2 tradicionais. Temos de esperar pelo rali e ver onde nos situamos”. Atualmente com 57 anos de idade, Adruzilo Lopes iniciou-se nos ralis em 1988 com um Toyota Corolla. Esteve depois ao volante de outros modelos mas foi entre 1996 e 2001, época em que esteve ao serviço da equipa oficial da Peugeot em Portugal que conseguiu os seus melhores resultados. Tem mantido, desde então, uma presença reguçar no desporto automóvel ao volante de viaturas tão dispares como o Renault Clio R3 ou o Porsche 997 GT3. Foi campeão nacional absoluto em 1997, 1998 e 2001 e obteve também o título nacional de duas rodas motrizes em 2010 e de GT em 2016.

Lendas do RVM: “Janica” Clemente

Durante muitos anos, “Janica” Clemente foi o último madeirense a vencer a Volta à Ilha da Madeira, primeira denominação do Rali Vinho da Madeira. O piloto conseguiu o feito em 1975 na edição que sucedeu um hiato na realização do evento devido à crise petrolífera de 1974. Só quase 30 anos depois, Vítor Sá conseguiria o mesmo. O triunfo do piloto só veio reforçar a sua popularidade no arquipélago pois já era muito apreciado não só pela sua amabilidade como pela sua condução espetacular, com muitos power slides. João “Janica” Clemente Aguiar nasceu no Funchal no final da década de 1930 e nos ralis construiu uma carreira sempre associado à Ford. Os seus principais resultados foram conquistados na década de 1970 com viaturas como o Ford Cortina Lotus e as duas versões do Ford Escort RS 1600. Tal como muitos outros pilotos madeirenses na altura, também obteve boas classificações em ralis disputados no arquipélago das Canárias. O piloto retirou-se bastante cedo das competições e veio a falecer no começo de 2018, vítima de doença prolongada.

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